O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Castella. Castelhano 208(2).

Nas orações: 3190.

  1. [3190](Cap. 208) Tinha elle então comsigo o padre Cosme de Torres Castelhano de nação que pela via de Panamá, sendo soldado, fora ter a Maluco em hũa armada que o Visorrey da noua Espanha lá mãdara no anno de 1544 o qual por incitação & conselho do padre mestre Francisco despois em Goa se meteo na companhia, & despois o leuou por seu companheyro, & a outro irmão leigo tambem Castelhano natural da cidade de Cordoua, que se chamaua Ioaõ Fernandez, homem muyto humilde & muyto virtuoso.

Castelhanos 68(1), 143(1), 176(1).

Nas orações: 830, 1991, 2631.

  1. [830](Cap. 68) E ja quasi no cabo desta rua estaua hũa torre de madeyra de Pinho toda pintada a modo de pedraria, que no mais alto tinha tres curucheos, & em cada hum hũa grimpa dourada cõ hũa bandeyra de damasco branco, & as armas reais illuminadas nella com ouro; & nũa genella da mesma torre estauão dous mininos & hũa molher ja de dias chorando, & embaixo ao pè della estaua hum homẽ feito em quartos muyto ao natural, que dez ou doze Castelhanos estauão matando, todos armados, & com suas chuças & alabardas tintas em sangue, a qual cousa, pelo grande fausto & aparato com que estaua feita, era muyto para folgar de ver, & a rezão disto dizem que foy, porque dizem que desta maneyra ganhara hum foaõ de quem os verdadeyros Farias decendem, as armas da sua nobreza nas guerras que antiguamente ouue entre Portugal & Castella.
  2. [1991](Cap. 143) Iaz mais ao Nornoroeste desta terra Lequia hum grande arcipelago de ilhas pequenas, donde se traz muyto grande quantidade de prata, as quais, segundo parece, & eu sempre sospeitey pelo que vy em Maluco nos requerimentos que Ruy Lopez de Vilhalobos general dos Castelhanos fez a dõ Iorge de Castro capitaõ que entaõ era da nossa fortaleza Ternate, deuẽ de ser as de que esta gente tem algũa noticia, as quais nomeauão por islas platarias; ainda que não sey com quãta razão, porque segundo o que temos visto & lido, assi em Ptolomeu como nos mais que escreueraõ da geografia, nenhum destes ouue que passasse do reyno de Sião & da ilha Çamatra, senão sós os nossos Cosmographos, os quais do tempo de Afonso Dalbuquerque para câ passaraõ hum pouco mais adiante, & tratarão ja dos Selebres, Papuaas, Mindanaos, Champaas, China, & Iapaõ, mas não ainda dos Lequios, nẽ dos mais arcipelagos que na grandeza deste mar estão ainda por descubrir.
  3. [2631](Cap. 176) E elle despois que de todo acabou de entrar em sy, chorando muyta quantidade de lagrimas nos disse: Eu senhores & irmãos meus, sou Christão, inda que no trajo volo não pareça, & Portuguez de pay & mãy, natural de Penamacor, & chamaõme Nuno Rodriguez Taborda, & vim do reyno na armada do Marichal no anno de 1513. na nao S. Ioaõ, de que era capitão Ruy Diaz Pereyra, & por eu ser hum homẽ hõrado, & que de mim dey sempre mostras disso, Afonso d’Albuquerque que Deos tenha na gloria me fez merce da capitania de hũ bargãtim de quatro que inda sómente auia na India naquelle tẽpo, & me achey cõ elle na tomada de Goa, & de Malaca, & lhe ajudey a fazer Calecut, & Ormuz, & me achey presẽte em todos os feitos hõrosos que se fizersõ assi em seu tẽpo, como no de Lopo Soarez, & no de Diogo Lopez de Siqueyra, & dos outros gouernadores ate dõ Anrique de Meneses, que socedeo por morte do Visorrey dõ Vasco da Gama, que no principio da sua gouernação proueo a Frãcisco de Sá de hũa armada de doze vellas, em que leuaua 300. homẽs para fazer fortaleza em Çunda, pelo receyo que então se tinha dos Castelhanos que naquelle tẽpo cõtinuauão Maluco pela noua viagem que o Magalhẽs descubrira, na qual armada eu vim por capitão em hum bargantim que se dezia S. Iorge com vinte & seis homẽs muyto esforçados, que partimos da barra de Bintão quando Pero Mascarenhas o destruyo, & sendo tanto auante como a ilha de Lingua, nos deu hũ tempo tão forte que não o podẽdo payrar, nos foy forçado arribarmos â Iaoa, onde dos sete nauios de remo que eramos se perderaõ os seys, dos quais foy hũ o meu por meus peccados, porque vim dar â costa aquy nesta terra em que agora estamos, ha ja vinte & tres annos, sem de todos os que vinhamos no bargantim escaparem mais que sós très companheyros, dos quais eu só agora sou viuo, & prouuera a Deos nosso Senhor que antes fora morto, porque sẽdo eu por muytas vezes cometido por estes Gẽtios que quisesse seguir suas opinioẽs, o não quiz fazer muyto tẽpo; mas como a carne he fraca, & a fome era grãde, & a pobreza muyto mayor, & a esperãça da liberdade era perdida, a distancia do mesmo tẽpo, & meus peccados foraõ causa de cõdecender a seus rogos, por onde o pay deste Rey me fauoreceo sẽpre, & porque eu ontẽ fuy chamado de hũ lugar em que viuia para vir curar dous homẽs nobres dos principais desta terra, quiz N. Senhor que me tomassem estes perros, para o eu ficar sendo menos, pelo que N. Señor seja bẽdito para todo sẽpre.

Castella 68(1).

Nas orações: 830.

  1. [830](Cap. 68) E ja quasi no cabo desta rua estaua hũa torre de madeyra de Pinho toda pintada a modo de pedraria, que no mais alto tinha tres curucheos, & em cada hum hũa grimpa dourada cõ hũa bandeyra de damasco branco, & as armas reais illuminadas nella com ouro; & nũa genella da mesma torre estauão dous mininos & hũa molher ja de dias chorando, & embaixo ao pè della estaua hum homẽ feito em quartos muyto ao natural, que dez ou doze Castelhanos estauão matando, todos armados, & com suas chuças & alabardas tintas em sangue, a qual cousa, pelo grande fausto & aparato com que estaua feita, era muyto para folgar de ver, & a rezão disto dizem que foy, porque dizem que desta maneyra ganhara hum foaõ de quem os verdadeyros Farias decendem, as armas da sua nobreza nas guerras que antiguamente ouue entre Portugal & Castella.

(2) Objecto geográfico interpretado

Nação. Parte de: Espanha.

Referente contemporâneo: Castilla-La Mancha, Spain (EU). Lat. 39.500000, long. -3.000000.

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