O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Cosmim. Cosmim 88(1), 128(1), 147(1), 150(1), 168(1), 171(2), 190(1), 200(1).

Nas orações: 1049, 1740, 2064, 2117, 2500, 2571, 2573, 2854, 3019.

  1. [1049](Cap. 88) O quarto rio por nome Batobasoy dece pela prouincia de Sansim, que he aque se alagou no ano de 1556. como adiante se dirâ, este entra no mar pela barra de Cosmim no reyno de Pegù.
  2. [1740](Cap. 128) O terceyro rio, por nome Pumfileu, corta pela mesma maneyra todo Capimper, & Sacotay, & voltando por cima deste segundo rio, corre todo o imperio do Monginoco, com algũa parte do Meleytay, & Souady, & vay fazer sua entrada no mar pela barra de Cosmim, junto de Arracão, & do quarto rio, que tambem he do teor de cada hum destes, nos não souberaõ dar razão os embaixadores, mas presumese, segũdo a opinião dos mais, que he o Gãges de Sategão no reyno de Bengala.
  3. [2064](Cap. 147) Elles me contaraõ que vindo da India nũa nao de Iorge Manhoz casado em Goa para o porto de Ghatigaõ no reyno de Bẽgala se perderaõ nos baixos de Racão por mà vigia que tiueraõ, & saluãdose no batel dezassete pessoas somente de oitenta & tres que vinhão na nao, caminharaõ ao longo da costa cinco dias, com tenção de se irem meter no rio de Cosmim no reyno de Peguu, para dahy se embarcarem para a India na nao do lacre del Rey, ou doutro qualquer mercador que no porto achassem, & vindo com esta determinação lhes dera hum vento Leste de sobola terra tão impetuoso, que nũa noite & num dia a perderaõ de vista.
  4. [2117](Cap. 150) Logo apos estes pela mesma ordem vinha o Bainhaa Quendou senhor de Cosmim cidade nobre do reyno Pegù, & o Mongibray dacosem.
  5. [2500](Cap. 168) E por esta maneyra disse tantas cousas em fauor dos pequenos, & deu tantos brados, & chorou tantas lagrimas por sua causa, que el Rey estaua como pasmado & fora de sy, & fez isto tanta impressão nelle, que logo aly mandou chamar o Brazagarão gonernador de Pegu, & lhe mandou que fosse logo despidir todos os procuradores dos pouos do reyno que mandara ajuntar na cidade de Cosmim para lhes pedir hũa grande soma de dinheyro para suprimento da guerra do reyno Sauady que nouamente queria fazer, & jurou publicamẽte na cinza do morto, que em quanto reynasse não lançaria peita a nenhum pouo, nem os obrigaria ao seruirem por força, como antes fazia, & que daly por diãte teria muyto particular cuydado de ouuir os pequenos, & fazer justiça dos grandes, conforme ao merecimento de cada hum, & assi prometeo mais outras muytas cousas muyto justas & boas, que para Gentio nos confundio grandemente.
  6. [2571](Cap. 171) E estãdo nós neste triste estado, & cos dous cõpanheyros dos cinco que eramos, para morrer, prouue a nosso Senhor (que aly onde os meyos humanos faltão estâ sempre mais certo) que a caso passasse por aquelle lugar onde nós estauamos à borda da agoa hũa embarcaçaõ em que hia hũa molher Christam por nome Violante, que era casada com hum Gentio cuja era aquella embarcação, o qual carregado de algodão hia de veniaga para cidade de Cosmim: esta em nos vendo deu hum grande grito & disse, Iesu, isto saõ Christãos que eu vejo diãte de mim?
  7. [2573](Cap. 171) E partindonos daquy jà fora dos receyos passados, quiz nosso Senhor que em cinco dias chegamos â cidade de Cosmim, que he hum porto de mar no reyno de Pegù, onde em casa desta Christam fomos curados com muyto gasalhado, & acabamos de conualecer de todo das nossas feridas.
  8. [2854](Cap. 190) E tambẽ me auisa que tem por noua muyto certa que o Xemindoo reforma o cãpo com determinaçaõ de vir sobre Cosmim & Dalaa, & senhorear pelo rio de Digum & Meydoo toda a comarca de Danapluu até Ansedaa, pelo que me manda que com toda a breuidade proueja logo estes lugares mais importantes com força bastante para resistir ao inimigo, & que olhe que se não perca nada por meu descuido, porque me não ha de receber desculpa nenhũa.
  9. [3019](Cap. 200) Despois que estas reuoltas que atras disse, foraõ todas quietas, Gõçallo Pacheco se despidio desta cidade Pègù, cõ todos os mais Portugueses que nella estauamos, a quẽ este nouo Rey Bramá tinha libertado, da maneira que atras fica dito, mãdandolhe entregar liuremẽte suas fazedas, & fazendolhe outras muitas merces, assi de honras como de liberdades, & nos embarcamos todos os cento & sessenta Portugueses em cinco naos que neste tẽpo estauão no porto de Cosmim, cidade das principais deste reyno, & nellas nos espalhamos, como peregrinos que somos na India, por diuersas partes, onde a cada hũ lhe parecia que poderia fazer milhor seu proueito.

(2) Objecto geográfico interpretado

Cidade (rio, barra, porto). Parte de: Pegù.

Referente contemporâneo: Pathein, Myanmar [Burma] (AS). Lat. 16.779190, long. 94.732120.

GT: porto, situado a partir de FMP na foz do rio Rangoon, segundo Castanheda era a metrópole de Pegu/Bagou, e a prova da sua existência é o atlas de Lázaro Luís, do 1563 que o situa no estuário de Sitang. Ademais do estudo do GT há que considerar que FMP fala da barra de Cosmim, e situa por uma vez junto a Artacão, também nos diz que é uma das cidades principais do reino Pegu. Sem que seja definitivo propomos identificar com Thanlyin [θàɴljɪ̀ɴ mjo̰].

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