O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Lusoẽs. Lusaõ 28(1).

Nas orações: 325.

  1. [325](Cap. 28) E deixando nella oitocentos homẽs dos milhores da armada, & por Capitão delles hum Mouro Lusaõ, por nome Çapetù de Raja, se partio com todo o mais peso da gente para o Achem, onde se disse que o tyranno Rey lhe fizera muyto sobejas honras, pelo bom sucesso de aquella empresa, porque sendo antes (como ja se disse) somente Gouernador & Bendara do reyno de Baarròs, lhe deu titolo de Rey, & se chamou daly por diante Soltão de Baarròs, que he o proprio nome de Rey entre os Mouros.

Lusoẽs 16(1), 17(1), 26(1), 57(1), 59(1), 145(1), 149(1), 173(1), 186(1).

Nas orações: 171, 187, 307, 694, 715, 2027, 2111, 2593, 2789.

  1. [171](Cap. 16) Logo ao outro dia partio el Rey deste lugar de Turbaõ para o Achem, que eraõ dezoito legoas, & leuaua em sua companhia quinze mil homẽs, de que sós os oito mil eraõ Batas, & os mais Menãcabos, Lusoẽs, Andraguires, Iambes, & Borneos, que os Principes destas naçoẽs lhe mandaraõ de socorro, & quarenta Alifantes, & doze carretas de artilharia miuda de falcoẽs & berços, em que entrauão dous camellos, & hũa meya espera de brõzo com as armas de França, que se ouue de hũa nao que no anno de 1526. gouernando o estado da India Lopo Vaz de Sampayo, foy aly ter com Franceses, de que era Capitão & Piloto hum Portuguez natural de villa de Conde, que se chamaua o Rosado.
  2. [187](Cap. 17) E ficando com isto ambos quietos mais quatro dias, apareceo hũa menham no meyo do rio contra a parte do Penacão hũa armada de oitenta & seis vellas, com grande regozijo de tangeres & estas, & com muytos estendartes & bandeiras de seda, que aos Batas meteo em grande confusaõ, por não saberẽ o que era, porem as suas espias tomaraõ aquella noite cinco pescadores, os quais metidos a tormento confessaraõ que era a armada que o Rey Achem auia dous meses tinha mandado a Tanauçarim, porque tinha guerra co Sornau Rey de Sião, na qual disseraõ que vinhão cinco mil homẽs Lusoẽs, & Borneos, gente toda escolhida, & por Capitão mòr delles hum Turco por nome Hametecão, sobrinho do Baxà do Cayro.
  3. [307](Cap. 26) Este conselho pareceo taõ bõ a el Rey, que aprouandoo pelo milhor & mais acertado, mãdou aperceber hũa frota de cento & sessenta vellas, de que a mayor parte eraõ lãcharas, & galeotas de remo, cõ algũs calaluzes da Iaoa, & quinze nauios dalto bordo, cõ mãtimentos & moniçoẽs, & nestas embarcaçoẽs meteo dezassete mil homẽs, os doze mil de peleja, & os mais, gastadores & chuzma: & nos de peleja entrauão quatro mil estrangeiros, Turcos, Abexins, Malauares, Guzarates, & Lusoẽs da ilha Borneo, & por general do campo hia hum Heredim Mafamede, cunhado do mesmo Rey, casado com hũa sua irmam, & Gouernador do reyno de Baarrós.
  4. [694](Cap. 57) E vendoos daquella maneyra lhes perguntou pela causa de sua desauentura, & elles lha contaraõ com mostras de muyto sentimento, dizendo, que auia dezassete dias que tinhaõ partido de Liãpoo para Malaca, com proposito de passarem á India, se lhe a monção não faltasse, & que sendo tanto auante como o ilheo de Çumbor os comerera hum ladraõ Guzarate, por nome Coja Acẽ, com tres juncos & quatro lanteaas, nas quais sete embarcaçoẽs trazia quinhentos homẽs, de que os cento & cinquenta eraõ Mouros Lusoẽs, & Borneos, & Iaos, & Champaas, tudo gente da outra costa do Malayo, & pelejando com elles desde a hũa hora atè as quatro despois do meyo dia, os tomara com morte de oitenta & duas pessoas, em que entraraõ dezoito Portugueses, a fora quasi outras tãtas que leuara catiuas, & que no junco lhes tomara de emprego seu & de partes mais de cem mil taeis.
  5. [715](Cap. 59) Vendo então os Capitaẽs das nossas duas lorchas (os quais se chamauão Gaspar Doliueyra, & Vicente Morosa) o tempo disposto para effeituarẽ o desejo que trazião, & a inueja honrosa de que ambos se picauão, arremeteraõ juntamente a ellas, & lançãdolhe muyta soma de panellas de poluora, se ateou o fogo em ambas de maneyra, que assi juntas como estauão arderão até o lume da agoa, com que a mayor parte da gente dellas se lançou ao mar, & os nossos os acabaraõ aly de matar a todos ás zargunchadas, sem hum só ficar viuo; & somente nestas tres lorchas morreraõ passante de duzentas pessoas; & a outra que leuaua o Capitão morto tão pouco não pode escapar, porque Quiay Panjaõ foy tras ella na sua champana, que era o batel do seu junco, & a foy tomar ja pegada com terra, mas sem gente nenhũa, porque toda se lhe lançou ao mar, de que a mayor parte se perdeo tambem nũs penedos que estauão junto da praya, com a qual vista os inimigos que ainda estauaõ nos juncos, que podião ser até cento & cinquenta, & todos Mouros Lusoẽs, & Borneos, cõ algũa mistura de Iaos, começaraõ a enfraquecer de maneyra, que muytos começauão ja a se lançar ao mar.
  6. [2027](Cap. 145) E mandando surgir o junco junto da ilha, se fez prestes com todos os seus em tres embarcaçoẽs de remo, com hum falcão & cinco berços, & sessẽta homẽs Iaos & Lusoẽs com muyto boas armas, em que auia trinta com espingardas, & os mais com lanças & frechas, & muyta soma de panellas de poluora, & outros artificios de fogo conueniẽtes a nosso proposito.
  7. [2111](Cap. 149) E querendo este Rey Bramaa por grandeza de estado festejar esta entrega do Chaubainhaa, mandou que todos os capitaẽs estrangeyros com sua gente armada & vestida de festa se pusessem em duas fileyras a modo de rua para vir por ella o Chaubainhaa, o que logo foy feito, & esta rua tomaua desda porta da cidade até a sua tenda que seria distancia de dous terços de legoa, na qual rua estauão trinta & seys mil estrangeyros, de quarenta & duas naçoẽs, em que auia Portugueses, Gregos, Venezeanos, Turcos, Ianiçaros, Iudeus, Armenios, Tartaros, Mogores, Abexins, Raizbutos, Nobins, Coraçones, Persas, Tuparaas, Gizares, Tanocos da Arabia Felix, Malauares, Iaos, Achẽs, Moẽs, Siames, Lusoẽs da ilha Borneo, Chacomaas, Arracoẽs, Predins, Papuaas, Selebres, Mindanaos, Pegùs, Bramâs, Chaloẽs, Iaquesaloẽs, Sauadis, Tãgus, Calaminhãs, Chaleus, Andamoens, Bengalas, Guzarates, Andraguirees, Menancabos, & outros muytos mais a que não soube os nomes.
  8. [2593](Cap. 173) Partido este Rey da Çunda deste porto de Banta a cinco dias do més de Ianeyro do anno de 1546. chegou aos dezanoue à cidade de Iapara, onde o Rey de Demaa Emperador desta ilha Iaoa então se estaua fazendo prestes com hum exercito de oitocentos mil homẽs, o qual sabendo da vinda deste Rey da Çunda, que era seu cunhado & seu vassallo, o mandou receber á embarcação por el Rey de Panaruca Almirante da frota, o qual leuou comsigo cento & sessenta calaluzes de remo, & nouenta lancharas de Lusoẽs da ilha Borneo, & com toda esta companhia o trouxe onde el Rey estaua, do qual foy muyto bem recebido, & com honras muyto auãtajadas de todos os outros.
  9. [2789](Cap. 186) Ao rebate disto o Oyaa Passiloco, capitão general da cidade, acudio com muyta pressa para aquella parte, acõpanhado de quinze mil homẽs que trazia comsigo, de que a mayor parte eraõ Lusoẽs, Borneos, & Champaas, cõ algũa mistura de Menancabos, & mandou abrir as portas por onde o Bramaa pretendia fazer entrada, & lhe mandou dizer, que elle tinha ouuido que sua alteza prometera de dar mil biças douro a quẽ lhe abrisse aquellas portas, que elle lhas tinha jâ abertas, que poclia entrar cada vez que quisesse, com tanto que cumprisse com elle sua palaura como Rey grandioso que era, cõ lhe mandar as mil biças, porque estaua esperando aly por ellas para as receber.

(2) Objecto geográfico interpretado

Nação. Parte de: Borneo.

Referente contemporâneo: Luzon, Philippines (AS). Lat. 16.000000, long. 121.000000.

Gentílico. No cap. 26 menciona ‘Lusoẽs da ilha Borneo’, no resto das ocorrências menciona Borneos e Lusoẽs como etnónimos distintos, isto é, entende-se que representativos de espaços geográficos diferenciados. Thomaz (2002: 573), FMPP (vol 3, 155) : de Lução, nas Filipinas. 16° 0′ N, 121° 0′ E.

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