O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Oqueus. Oqueus 166(1).

Nas orações: 2451.

  1. [2451](Cap. 166) E alẽ destes pouos auia outros que se dezião Calouhos, & Timpates, & Bugẽ, & outros de terra ainda muyto mais apartada, chamados Oqueus & Magores, os quais se sustentauão de animais siluestres que caçauão, & os comião crùs, & de toda a diuersidade de animais immũdos como saõ lagartos, bichos, & cobras que auia na terra, & que esta caça de animais siluestres fazião caualgados em outros animais do tamanho de cauallos, que tem tres cornos ou põtas no meyo da testa, & os peis & as mãos muyto curtos & grossos, & no meyo do lõbo tem hũa ordem de espinhos com que ferião quãdo se assanhauão, & todo o mais corpo he conchado da còr de hũ sardão, & no pescoço em lugar de coma, tẽ outros espinhos muyto mais cõpridos & grossos que os do lõbo, & nos encõtros dos ombros tẽ hũas asas curtas como perpetanas de peixe, cõ que dizem que voão a maneyra de salto 25. & 30. passos, os quais animais dezião que se chamauão banazas, & que a gente daquella terra fazia nelles muytas entradas nas comarcas doutras naçoens cõ que tinhão cõtinua guerra, & algũas dellas lhe pagauão pareas em sal que mais estimauão que tudo, pelo não auer senão daly muyto longe.

(2) Objecto geográfico interpretado

Nação. Parte de: Asia Oriental.

Gentílico. FMP: povo com os Magores situado depois de Calouhos, Timpates e Bugẽ, para além dos Calogẽs e Fungaos, estes últimos em fronteira e guerra com a provincia de Friucaranjaa, de situação provável esta última no Calaminhã. FMP está a descrever povos de que tem notícia na cidade de Pavel (FMPP vol. 3, p. 220: provável perto de Paklay, província de Sayabouri) à que Pinto chega seguindo o curso do rio Pituy (Mekong). Pela descrição está a falar de povos de caçadores a viver em zonas florestais. Volker Grabowsy (FMPP vol. 3, pp. 220-1) dá como possível uma identificação fonética com os povos Akha, na intersecção da China, Burma, Thailandia e Laos. Ademais da homofonia, as referências geográficas e culturais dadas por FMP favorecem esta identificação. No entanto, há que reparar que esta passagem oferece dificuldades, particularmente na descrição da montaria dos Oqueus e Magores, similar em parte a um rinoceronte, para a qual não achei explicação. Há que considerar os termos da descrição, fruto não da experiência directa de Pinto, mas da informação dada por uns mercadores, à sua vez a expressarem uma marcada distância geográfica e cultural com estes povos, pode ser intencionalmente exagerada, ao objecto de oferecer uma representação destas gentes como extremadamente selvagens e hostis.
Só possível.

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