O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Menancabo. Menãcabos 16(1).

Nas orações: 171.

  1. [171](Cap. 16) Logo ao outro dia partio el Rey deste lugar de Turbaõ para o Achem, que eraõ dezoito legoas, & leuaua em sua companhia quinze mil homẽs, de que sós os oito mil eraõ Batas, & os mais Menãcabos, Lusoẽs, Andraguires, Iambes, & Borneos, que os Principes destas naçoẽs lhe mandaraõ de socorro, & quarenta Alifantes, & doze carretas de artilharia miuda de falcoẽs & berços, em que entrauão dous camellos, & hũa meya espera de brõzo com as armas de França, que se ouue de hũa nao que no anno de 1526. gouernando o estado da India Lopo Vaz de Sampayo, foy aly ter com Franceses, de que era Capitão & Piloto hum Portuguez natural de villa de Conde, que se chamaua o Rosado.

Menamcabo 31(1).

Nas orações: 362.

  1. [362](Cap. 31) Eu o Soltão Alaradim Rey do Achem, de Baarròs, de Peedir, de Paacem, & dos senhorios de Dayaa, & Batas, principe de toda a terra de ambos os mares Mediterraneo & Oceano, & das minas de Menamcabo, & do nouo reyno de Aarù, com justa causa agora tomado, a ty Rey cheyo de festa com desejo de duuidosa herança, vy tua carta escrita em mesa de voda, & pelas inconsideradas palauras della conhecy a bebedice dos teus conselheyros, â qual não quisera responder, se mo não pediraõ os meus, pelo que te digo que me não desculpes diante de ty, que te confesso que tal louuor não quero, & quanto ao reyno de Aarù não falles nelle, se queres ter vida, basta mandalo eu tomar, & ser meu, como muyto cedo serâ esse teu.

Menancabo 20(1), 35(1), 39(1), 166(1).

Nas orações: 226, 399, 464, 2464.

  1. [226](Cap. 20) Deylhe tãbem conta das muytas & varias naçoẽs de gentes que habitão ao longo daquelle Oceano, & do rio Lampom, donde o ouro de Menancabo vay ter ao reyno de Cãpar pelos rios de Iambee & Broteo, no qual os naturaes desta terra affirmão, pelo que lem nas suas Chronicas, que estiuera hũa casa de contrato da Raynha Sabà, donde algũs presumẽ que hum seu feitor por nome Nausem lhe mandara hũa grande soma de ouro, que ella despois leuou para o templo de Ierusalem, quando foy ver a el Rey Salamão, donde dizem que veyo prenhe de hum filho, que despois soccedeo por Emperador da Ethiopia, a que cà o vulgar chama Preste Ioaõ, & de que esta naçaõ Abexim se honra muyto.
  2. [399](Cap. 35) Tomè Lobo se deu tanta pressa em vender a fazenda, como quem se temia do que lhe tinhão certificado, & fez tão bõ barato della, que em menos de oito dias as casas estauão despejadas de toda a roupa, & não querendo tomar pimenta, nem crauo, nem outra droga nenhũa que pudesse fazer pejo, a trocou somente por ouro de Menancabo, & por diamantes que ahy tinhão vindo nos jurupangos de Laue, & de Tanjampura, & por algũas perolas de Borneo & Solor.
  3. [464](Cap. 39) E como Antonio de Faria de sua natureza era muyto curioso, trabalhou por saber desta gẽte que naçoẽs habitauão o sertão daquella terra, & donde procedia a origem daquelle grande rio, & elles lhe disseraõ que a origem do rio procedia de hum lago que se chamaua Pinator, que demoraua a leste daquelle mar duzentas & sessenta legoas, no reyno de Quitiruão, o qual lago estaua cercado de grandes serranias, & no pè dellas ao longo da agoa auia trinta & oito pouoaçoẽs, das quais as treze somente eraõ grandes, & todas as mais muyto pequenas, mas que sô em hũa destas grandes por nome Xincaleu auia hũa tamanha mina douro, que se affirmaua pelo dito dos moradores da terra, que se tiraua cada dia della hum bar & meyo de ouro, que pela valia da nossa moeda vem ser por anno vinte & dous milhoẽs douro, na qual mina quatro senhores tinhão parte, tão cubiçosos em tanta maneyra, que continuamẽte andauão em guerras hũs cos outros, sobre qual delles a auia de senhorear toda, & que hum destes por nome Rajahitau tinha no patio das suas casas em jarras metidas na terra ate o gargallo seiscentos bares douro em pò, como o de Menancabo da ilha Çamatra, & que se trezentos homẽs dos da nossa naçaõ o cometessem com cem espingardas, que sem duuida nenhũa serião senhores delle.
  4. [2464](Cap. 166) Estes trazião de veniaga muyto ouro em pó, como o de Menancabo da ilha Çamatra, aguila, lacre, almizcre, estanho, cobre, seda, & cera, que dauão a troco de pimenta, gengiure, sal, & vinhos de arroz.

Menancabos 149(1), 153(1), 186(1).

Nas orações: 2111, 2173, 2789.

  1. [2111](Cap. 149) E querendo este Rey Bramaa por grandeza de estado festejar esta entrega do Chaubainhaa, mandou que todos os capitaẽs estrangeyros com sua gente armada & vestida de festa se pusessem em duas fileyras a modo de rua para vir por ella o Chaubainhaa, o que logo foy feito, & esta rua tomaua desda porta da cidade até a sua tenda que seria distancia de dous terços de legoa, na qual rua estauão trinta & seys mil estrangeyros, de quarenta & duas naçoẽs, em que auia Portugueses, Gregos, Venezeanos, Turcos, Ianiçaros, Iudeus, Armenios, Tartaros, Mogores, Abexins, Raizbutos, Nobins, Coraçones, Persas, Tuparaas, Gizares, Tanocos da Arabia Felix, Malauares, Iaos, Achẽs, Moẽs, Siames, Lusoẽs da ilha Borneo, Chacomaas, Arracoẽs, Predins, Papuaas, Selebres, Mindanaos, Pegùs, Bramâs, Chaloẽs, Iaquesaloẽs, Sauadis, Tãgus, Calaminhãs, Chaleus, Andamoens, Bengalas, Guzarates, Andraguirees, Menancabos, & outros muytos mais a que não soube os nomes.
  2. [2173](Cap. 153) Este Gonçalo Falcão quiçà parecendolhe que por aquy se confirmaria na graça do Rey do Bramaa, para quem no cerco se tinha passado, deixando o Chaubainhaa a quem antes seruia, passados sós tres dias depois da partida del Rey se foy a este seu Gouernador, & lhe disse que era eu aly vindo com hũa embaixada do Capitão de Malaca para o Chaubainhaa, em que lhe mandaua offerecer muyta gente contra o Rey do Bramaa, por quem a terra então estaua, para fazer fortaleza em Martauão, & lançar os Bramas fora do reyno, & outras tantas cousas a este modo, que o Gouernador me mandou logo prẽder, & despois de me ter posto a bom recado, se foy ao junco em que eu tinha vindo de Malaca, & lançou mão por elle com toda a fazenda que tinha dentro, que valeria mais de cem mil cruzados, & prendeo o Necodá capitão & senhorio do junco com todos os mais que achou nelle, que foraõ cento & sessenta & quatro pessoas, em que entrauão quarenta mercadores ricos Malayos & Menancabos, Mouros & Gẽtios naturais de Malaca, os quais logo assi em breue foraõ sentenciados na perda das fazendas, & que ficassem catiuos del Rey assi como eu, por serẽ consentidores & encubridores da traição que o Capitão de Malaca trataua em segredo co Chaubainhaa cõtra el Rey do Bramaa.
  3. [2789](Cap. 186) Ao rebate disto o Oyaa Passiloco, capitão general da cidade, acudio com muyta pressa para aquella parte, acõpanhado de quinze mil homẽs que trazia comsigo, de que a mayor parte eraõ Lusoẽs, Borneos, & Champaas, cõ algũa mistura de Menancabos, & mandou abrir as portas por onde o Bramaa pretendia fazer entrada, & lhe mandou dizer, que elle tinha ouuido que sua alteza prometera de dar mil biças douro a quẽ lhe abrisse aquellas portas, que elle lhas tinha jâ abertas, que poclia entrar cada vez que quisesse, com tanto que cumprisse com elle sua palaura como Rey grandioso que era, cõ lhe mandar as mil biças, porque estaua esperando aly por ellas para as receber.

(2) Objecto geográfico interpretado

Região (minas). Parte de: Çamatra.

Referente contemporâneo: Provinsi Sumatera Barat, Indonesia (AS). Lat. -1.000000, long. 100.500000.

Gentílico, reino. GT, FMPP(vol 3., p.55): Minangkabau. DHDP s.v. Menancabo: região do interior centro-noroeste da Samatra, à chegada dos portugueses dividido em três reinos e conhecido pelas suas minas de ouro. Thomaz (2004: 495, n.399): hoje em dia Padang é a cidade principal, em 0º 57′ S, 98º 2′ E, no XVI os centros principais nas terras altas do interior.

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