O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Iudaa. Iudà 26(1).

Nas orações: 309.

  1. [309](Cap. 26) Os Achẽs logo em chegando começaraõ a bater a cidade, & abateraõ por espaço de seis dias com muytas peças de artilharia, porem os de dentro a defenderaõ valerosamente, inda que foy com algum sangue, assi de hũa parte como da outra, pelo que foy forçado ao Heredim Mafamede mandar desembarcar toda a gente em terra, & assestando doze peças grossas de camellos & esperas, lhe deraõ cõ ellas tres batarias muyto grãdes, nas quais lhe derrubaraõ hũ dos dous baluartes que defendião a entrada do rio, & por elle, cõ ballas de algodão que leuauãe diãte, o cometeraõ hũa antemenham, sendo Capitão deste assalto hũ Abexim por nome Mamedecão, que viera de Iudà auia menos de hum mès assentar & jurar a noua liga & contrato que o Baxà do Cayro em nome do Turco tinha assentado co Rey do Achem, no qual lhe elle daua casa de feitoria no porto de Paacem.

Iudaa 3(1), 20(2), 37(1), 43(1), 158(1), 206(1).

Nas orações: 31, 227, 231, 442, 519, 2242, 3160.

  1. [31](Cap. 3) Assi que de todos os oitenta não escaparão mais que sós cinco muyto feridos, dos quais hum foy o Capitão da nao, o qual metido a tormento confessou que vinha de Iudaa donde era natural, & que a armada do Turco era ja partida de Suez, com tenção de vir tomar Adem, & fazer ahy fortaleza primeyro que cometesse a India, porque assi o trazia o Baxá do Cayro, que nella vinha por Capitão môr, num dos capitolos do seu regimento que o Turco lhe mandara de Constantinopla.
  2. [227](Cap. 20) Tambem o informey da pescaria do aljofre, que està entre Pullo Tiquòs, & Pullo Quenim, donde os Batas o leuauão antigamente a Pacem, & Peedir, que os Turcos do estreyto de Meca, & as naos de Iudaa ahy lhes comprauão a troco de outras mercadorias que trazião do Cayro, & dos portos de toda a Arabia Felix.
  3. [231](Cap. 20) E sendo sua alteza certificado da sua morte, proueo segunda vez na mesma capitania a hum Diogo Cabral da ilha da Madeyra, a quem Martim Afonso de Sousa a tirou por justiça, por se dizer que praguejara delle sendo Gouernador, & a deu a hum Ieronymo de Figueiredo fidalgo do Duque de Bargança, que no anno de 1542. partio de Goa com duas fustas, & hũa carauella em que leuaua oitẽta soldados & officiaes da mareação, & não teue effeito a sua yda, porque parece, segundo o que despois se vio, que desejando elle de ser rico mais depressa do que o esperaua ser pela via que leuaua, se passou à costa de Tanauçarim, onde tomou algũas naos que vinhaõ do estreito de Meca, de Adẽ, de Alcosser, de Iudaa, & de outros lugares da costa da Persia, & por se là dar mal cos soldados, & não partir com elles do que tomara, conforme ao que de direito lhes vinha, se leuãtaraõ contra elle, & depois de outras muytas cousas, que me pareceo razão naõ se escreuerem, o ataraõ de pes & de maõs, & o leuarão à ilha Ceilão, onde o lançaraõ em terra no porto de Gàle, & a carauella & fustas leuaraõ ao Gouernador dom Ioaõ de Castro, que lhes deu perdão do que tinhão feito, por irem d’armada com elle a Diu a socorro de dõ Ioaõ Mascarenhas, que entõa estaua cercado dos Capitaẽs del Rey de Cambaya, & de então pera cà se não tratou mais deste descubrimento, que tão proueitoso parece que serà para o bẽ commum destes reynos, se nosso Senhor fosse seruido que esta ilha se viesse a descobrir.
  4. [442](Cap. 37) Nós, espantados de hũa cousa tão noua, lhe respondemos, que lhe pediamos que nos dissesse que homem era aquelle, ou porque dezia que nos queria tamanho mal: a que ella disse, que do porque não sabia mais que dizer elle que hũ nosso grande Capitão por nome Eitor Sylueira, lhe matara seu pay, & dous irmãos, em hũa nao que lhe tomara no estreito de Meca, vindo de Iudaa para Dabul.
  5. [519](Cap. 43) Chegado este homẽ jũto de Antonio de Faria, vendo elle que era brãco como qualquer de nós, lhe perguntou se era Turco ou Parsio, ao que elle respondeo que não, mas que era Christão, natural de monte Sinay, onde estaua o corpo da bemauenturada santa Caterina, a isto lhe replicou Antonio de Faria, que pois era Christão como dezia, como não andaua entre Christãos, a que elle respondeo que era mercador, & de boa progenie, por nome Tome Mostãgue, & que estãdo surto com hũa nao sua no porto de Iudaa no anno de 1538. o Soleimão Baxà Visorrey do Cayro lha mandara tomar, como fizera a mais outras sete, para trazerem mantimẽtos & muniçoẽs para fornimento da armada das sessenta galês em que vinha por mandado do Turco, para restituyr o Soltão Baudur no reyno de Cambaya, de que o Mogor naquelle tempo o tinha desapossado, & lançar os Portugueses fora da India, & que vindo elle na mesma nao para a beneficiar & arrecadar o seu frete que lhe tinhão prometido, os Turcos, alem de lhe mentirem em tudo como sempre costumão, lhe tomarão sua molher, & hũa filha pequena que trazia comsigo, & perante elle as deshonraraõ publicamente, & porque hum filho seu, chorando se lhes queixou deste grande mal, lho lançaraõ viuo ao mar, atado de pees & de mãos, & a elle meteraõ em ferros, & lhe dauão todos os dias muytos açoutes, & lhe tomarão sua fazenda, que eraõ mais de seis mil cruzados, dizẽdo, que não era licito lograr beẽs de Deos, senão os Massoleymoẽs, justos & santos assi como elles; & porque neste meyo tempo lhe faleceraõ a molher & a filha, elle como desesperado se lançara hũa noite ao mar na barra de Diu, com aquelle moço seu filho, donde por terra fora ter a Çurrate, & dahy se viera ter a Malaca em hũa nao de Garcia de Saa Capitão de Baçaim, donde por mandado de dõ Esteuão da Gama fora à China com Christouão Sardinha, que fora feitor de Maluco, o qual estando hũa noite surto em Cincaapura, o Quiay Taijão senhor daquelle junco matara cõ mais vinte & seis Portugueses, & que a elle por ser bombardeyro dera a vida, & o trazia comsigo por seu Cõdestabre.
  6. [2242](Cap. 158) E costeãdo por elle acima espaço de mais sete dias, chegamos a hũa cidade pequena & bem cercada, que se dezia Gumbim, do reyno do Iangomaa, rodeada da parte do sertão em distancia de cinco ou seys legoas de aruoredo de beijoim, & de campinas de lacre, o qual desta cidade se leua de veniaga a Martauão, onde se carregão muytas naos delle para diuersas partes da India, para o estreito de Meca, para Alcocer, & Iudaa.
  7. [3160](Cap. 206) Despois disto se tomou tambem hum paraoo em que vinhaõ quinze Achẽs, os quais metidos a tormẽto confessaraõ que na briga foraõ mortos com a gente que se afogara, passante de quatro mil homẽs, de que a mayor parte foy gente limpa & criados do Rey do Achem, & os quinhentos delles eraõ Orabaloẽs de manilha douro, que saõ fidalgos, & morreraõ sessenta Turcos & vinte Gregos & Ianiçaros que auia poucos dias que em duas naos eraõ vindos de Iudaa a Paacem.

(2) Objecto geográfico interpretado

Porto. Parte de: Arabia Felix.

Referente contemporâneo: Jeddah, Saudi Arabia (AS). Lat. 21.542380, long. 39.197970.

Porto. GT s.v. Gidá(I): Jiddá ou Djedah, 21º 28’ N, 39º 11’ E. DHDP s.v. Judá: forma quinhentista para Jiddah. FMPP (vol.4, p. 22) s.v. Jiddah: porto.

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