(1) Entidade geográfica mencionada
Lampacau. Lampacau 132(1), 133(1), 221(3), 226(2).
Nas orações: 1794, 1810, 3472, 3475, 3497, 3587, 3588.
- [1794](Cap. 132) Daquy nos partimos hũa terça feyra pela menham, & continuamos por nossa derrota mais treze dias, no fim dos quais chegamos ao porto de Sanchão no reyno da China, que he a ilha onde despois falleceo o bemauenturado padre mestre Francisco, como adiante se dirâ, & não achando aly ja a este tempo nauio de Malaca, por auer noue dias que erão partidos, nos fomos a outro porto mais adiãte sete legoas por nome Lampacau, onde achamos dous juncos da costa do Malayo, hũ de Patane, & outro de Lugor.
- [1810](Cap. 133) a que respõdeo que sem falta nenhũa eramos mercadores & gente boa, & que por nos achar perdidos em Lampacau, nos recolhera, para nos ajudar com suas esmollas, como tinha por custume fazer a outros que ja assi achara, paraque Deos permitisse liuralo a elle das aduersidades impetuosas que cursauão por cima do mar, com as quais se perdião os nauegantes.
- [3472](Cap. 221) Como desta ilha de Champeiloo fomos ter â de Sanchaõ, & dahy a Lampacau, & dasse conta de dous casos desestrados que acontecerão na China a duas pouoaçoẽs de Portugueses.
- [3475](Cap. 221) Ao outro dia pela menham nos partimos desta ilha de Sanchaõ, & ao sol posto chegamos a outra ilha que estâ mais adiante seis legoas para o Norte chamada Lampacau, onde naquelle tempo os Portugueses fazião sua veniaga cos Chins, & ahy se fez sempre ate o anno de 1557. que os Mandarins de Cantaõ a requerimento dos mercadores da terra nos deraõ este porto de Macao onde agora se faz, no qual sendo antes ilha deserta, fizeraõ os nossos hũa nobre pouoaçaõ de casas de tres quatro mil cruzados, & com igreija matriz em que ha Vigayro & beneficiados, & tem capitão & ouuidor & officiais de justiça, & taõ confiados & seguros estão nella com cuydarem que he nossa, como se ella estiuera situada na mais segura parte de Portugal, mas quererâ nosso Senhor pela sua infinita bondade & misericordia que esta sua segurãça seja mais certa & de mais dura do que foy a de Liampoo, que foy outra de Portugueses de que atras já fiz larga mençaõ, auante desta duzentas legoas para o Norte, a qual pelo desmancho de hum Portuguez em muyto breue espaço de tempo foy de todo destruyda & posta por terra, na qual desauẽtura me eu achey presente, & nella ouue hũa inestimauel perda assi de gente como de fazenda, porque tinha esta pouoação tres mil vezinhos, de que os mil & duzentos eraõ Portugueses, & os mais gente Christam de diuersas naçoẽs, & segũdo se affirmou por dito de muytos que bem o sabião, passaua o trato dos Portugueses de tres contos douro, de que a mayor parte era em prata de Iapaõ que auia dous annos que se descubrira, & que se dobraua o dinheyro tres & quatro vezes em qualquer fazenda que para là se leuaua.
- [3497](Cap. 221) Chegados nos ao porto de Lampacau como atras dezia, surgimos nelle com todas as tres naos, em que vieramos, & despois de nos não tardou muyto que não viessem surgir no mesmo porto outras cinco naos.
- [3587](Cap. 226) Vellejãdo nos deste porto do Xeque por nossa derrota cõ vẽtos Nortes de moução tendẽte, chegamos a Lampacau aos quatro de Dezembro, onde achamos seis naos Portuguesas, de que era capitaõ mòr hum mercador que se chamaua Francisco Martinz, feitura de Francisco Barreto que então gouernaua o estado da India por successaõ de dõ Pedro Mascarenhas, & porque jà a este tempo a monção da India era quasi gastada; não fez aquy o nosso capitão dom Francisco Mascarenhas mais detença que em quanto se proueo de mantimentos para a viagem.
- [3588](Cap. 226) Deste porto de Lampacau, partimos a primeyra oitaua do Natal, & chegamos a Goa aos dezassete de Feuereyro, onde logo dey conta a Francisco Barreto da carta que lhe trazia do Rey de Iapaõ, & elle me mandou que lha leuasse ao outro dia, & eu lha leuey com as armas, & treçados, & com as mais peças do presente que leuaua.
Lãpacau 223(1).
Nas orações: 3515.
- [3515](Cap. 223) Chegada a moução em que podiamos fazer nossa viagẽ nos partimos desta ilha Lãpacau aos 7. de Mayo do ãno de 1556. embarcados em hẽa nao de que era capitão & senhorio dõ Francisco Mascarenhas dalcunha o palha, que aquelle anno ahy residira por capitão mór; & cõtinuando por nossa derrota por tẽpo de quatorze dias, ouuemos vista das primeyras ilhas que estão em altura de 35. graos, que por graduaçaõ demoraõ a Loesnoroeste da de Tanixumaa, o piloto então conhecido á mâ nauegação que leuaua, se fez na volta do Sudueste a demandar a põta da serra de Minatoo.
(2) Objecto geográfico interpretado
Porto (ilha). Parte de: China.
Porto, ilha. GT: Ilha no delta do Cantão. FMPP (vol.4, p. 23; vol 3. p. 167) Servim-me da descrição de Zhidong Hao (2011:12)