O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Martauão. Martauão 107(1), 128(1), 144(3), 146(1), 147(3), 148(2), 151(2), 152(1), 153(5), 154(1), 158(2), 167(3), 168(1), 169(2), 171(1), 185(2), 188(2), 190(2).

Nas orações: 1402, 1739, 1994, 1997, 2059, 2060, 2067, 2068, 2075, 2134, 2138, 2166, 2168, 2172, 2173, 2179, 2180, 2194, 2242, 2243, 2473, 2474, 2478, 2520, 2535, 2540, 2576, 2768, 2770, 2807, 2838, 2847.

  1. [1402](Cap. 107) Esta cidade do Pequim de que promety dar mais algũa informaçaõ da que tenho dada, he de tal maneyra, & tais saõ todas as cousas della, que quasi me arrependo do que tenho prometido, porque realmente não sey por onde comece a cumprir minha promessa, porque se não ha de imaginar que he ella hũa Roma, hũa Constantinopla, hũa Veneza, hum Paris, hum Londres, hũa Seuilha, hũa Lisboa, nem nenhũa de quantas cidades insignes ha na Europa por mais famosas & populosas que sejão, nem fora da Europa se ha de imaginar que he como o Cairo no Egypto, Taurys na Persia, Amadabad em Cambaya, Bisnagà em Narsinga, o Gouro em Bẽgala, o Auaa no Chaleu, Timplaõ no Calaminhan, Martauão & Bagou em Pegù, ou Guimpel & Tinlau no Siammon, Odiaa no Sornau, Passaruão & Demaa na ilha da Iaoa, Pangor no Lequîo, Vzanguee no graõ Cauchim, Lançame na Tartaria, & Miocoo em Iapaõ, as quais cidades todas saõ metropolis de grandes reynos, porque ousarey a affirmar que todas estas se não podem comparar com a mais pequena cousa deste grãde Pequim, quanto mais com toda a grandeza & sumptuosidade que tem em todas as suas cousas, como saõ soberbos edificios, infinita riqueza, sobejissima fartura & abastança de todas as cousas necessarias, gente, trato, & embarcaçoẽs sem conto, justiça, gouerno, corte pacífica, estado de Tutoẽs, Chaẽs, Anchacys, Aytaos, Puchancys, & Bracaloẽs, porque todos estes gouernão reynos & prouincias muyto grandes, & cõ ordenados grossissimos, os quais residem continuamente nesta cidade, ou outros em seu nome, quando por casos que soccedem se mandão pelo reyno a negocios de importancia.
  2. [1739](Cap. 128) Outro, que se chama Iangumaa, cortando ao Sul & ao Sueste, & atrauessando muyto grande parte da terra, como he o reyno do Chiammay, os Laos, os Gueos, & algũa parte do Dãbambuu, entra no mar pela barra de Martauão no reyno de Peguu, & ha de distancia de hum ao outro pela graduaçaõ dos seus climas, mais de setecentas legoas.
  3. [1994](Cap. 144) Como de Liampoo me party para Malaca, donde o Capitão da fortaleza me mandou a Martauão ao Chaubainhaa.
  4. [1997](Cap. 144) Esta nao chegou a saluamento a Malaca, onde achey ainda a Pero de Faria por capitão da fortaleza, o qual desejando de me aproueitar antes que acabasse o seu tempo, me cometeo com a viagem de Martauão, de que então se tiraua proueito, em hũ junco de hum Mouro por nome Necodá Mamude, o qual ahy na terra tinha molher & filhos, & que a minha yda auia de ser assi para assentar pazes co Chaubainhaa Rey de Martauão, como para por via de comercio virẽ os seus juncos com mantimentos â fortaleza, que neste tẽpo estaua muyto falta delles pelo successo das guerras da Iaoa.
  5. [2059](Cap. 146) O que sabido pelo Chaubainhaa Rey de Martauão, os mandou logo buscar com promessas de grandes partidos para o ajudarem contra o Rey do Bramaa que naquelle tempo se fazia prestes na cidade de Pegù para o vir cercar com setecentos mil homẽs.
  6. [2060](Cap. 147) Do que mais passey atê chegar â barra de Martauão.
  7. [2067](Cap. 147) Feita esta diligencia seguimos daquy nosso caminho, & passados noue dias chegamos á barra de Martauão, hũa sesta feyra de Lazaro vinte & sete de Março do anno de 1545. tendo passado por Tanauçarim, Touay, Merguim, Iuncay, Pullo Camude, & Vagaruu, sem em nenhum destes portos achar noua destes cem Portugueses que hia buscar, porque a este tempo erão lançados là dessa parte do Chaubainhaa Rey de Martauão, o qual (segundo ouuy dizer) os mandara chamar para se ajudar delles contra o Rey do Bramaa que o tinha cercado com hum campo de setecentos mil homens, como atras fica dito, porem elles ja então não estauão em seu seruiço, como logo se verá mas a razão porque, eu a não soube.
  8. [2068](Cap. 148) Dalgaũas cousas particulares que aquy em Martauão soccederão.
  9. [2075](Cap. 148) E assi me deixey aly ficar em companhia do Ioão Cayeyro com fundamento de me yr no junco como fosse tempo, & continuey com elle no trabalho deste cerco por espaço de quarenta & seis dias, que foy o tempo que este Rey Bramaa aquy mais se deteue, do qual aquy breuemente direy hũ pouco, porque me parece que os curiosos folgaraõ de saber o successo que teue nesta guerra o Chaubainhaa Rey de Martauão.
  10. [2134](Cap. 151) Como a cidade de Martauão foy saqueada, & destruyda, & da ordem com que leuarão a padecer a Raynha & outras muytas molheres.
  11. [2138](Cap. 151) Passados estes dous dias se foy el Rey pór hũa menham sobre hum outeyro que se chamaua Beidao, que estaua dous tiros de Falcão, & mandando recolher os Capitaens que guardauão as portas, a triste cidade de Martauão foy entregue á gente do campo, a qual ao tiro de hũa bombarda que era o sinal derradeyro, arremeteo tão denodadamẽte a ella, que ao entrar das portas se disse que se afogaraõ mais de trezentas pessoas, porque como a gente era infinita, & de naçoẽs muyto differentes, & os mais delles sem Rey, sem ley, & sem temor nem conhecimento de Deos, andauão todos tão cegos & encarniçados na presa, que o que menos aquy se estimaua era matarẽ cem homẽs por hum só cruzado, em tanto que por seys ou sete vezes foy necessario acudir el Rey em pessoa a quietar a reuolta & tumulto que auia na cidade.
  12. [2166](Cap. 152) E desta maneyra, com taõ baixo & afrontoso genero de morte acabou esta Muhee Canatoo, filha del Rey de Peguu Emperador de noue reynos, & molher do Chaubainhaa Rey de Martauão, princesa de tres contos douro de renda.
  13. [2168](Cap. 153) Da desauentura que me aconteceo em Martauão, & do que o Rey Bramaa fez despois que chegou a Peguu.
  14. [2172](Cap. 153) E porque Pero de Faria quando party de Malaca me dera hũa carta para elle, em que lhe pedia que se lâ me fosse necessario o seu fauor para o negocio a que me mandaua mo não negasse, assi por ser seruiço del Rey, como por lhe fazer a elle merce, tanto que cheguey a Martauão, onde o achey de morada, lhe dey a carta, & lhe disse tambẽ o aque hia, que era cõfirmar as pazes antigas que o Chaubainhaa por seus embaixadores fizera com Malaca quando Pero de Faria da outra vez fora capitão della, do qual tinha muyto conhecimento, & que para isso lhe trazia hũa carta de grande amizade, com hum presente de peças ricas da China.
  15. [2173](Cap. 153) Este Gonçalo Falcão quiçà parecendolhe que por aquy se confirmaria na graça do Rey do Bramaa, para quem no cerco se tinha passado, deixando o Chaubainhaa a quem antes seruia, passados sós tres dias depois da partida del Rey se foy a este seu Gouernador, & lhe disse que era eu aly vindo com hũa embaixada do Capitão de Malaca para o Chaubainhaa, em que lhe mandaua offerecer muyta gente contra o Rey do Bramaa, por quem a terra então estaua, para fazer fortaleza em Martauão, & lançar os Bramas fora do reyno, & outras tantas cousas a este modo, que o Gouernador me mandou logo prẽder, & despois de me ter posto a bom recado, se foy ao junco em que eu tinha vindo de Malaca, & lançou mão por elle com toda a fazenda que tinha dentro, que valeria mais de cem mil cruzados, & prendeo o Necodá capitão & senhorio do junco com todos os mais que achou nelle, que foraõ cento & sessenta & quatro pessoas, em que entrauão quarenta mercadores ricos Malayos & Menancabos, Mouros & Gẽtios naturais de Malaca, os quais logo assi em breue foraõ sentenciados na perda das fazendas, & que ficassem catiuos del Rey assi como eu, por serẽ consentidores & encubridores da traição que o Capitão de Malaca trataua em segredo co Chaubainhaa cõtra el Rey do Bramaa.
  16. [2179](Cap. 153) E ja que atequy tratey do successo da minha viagem a Martauão, & do proueito que della me resultou por seruiço del Rey nosso Senhor, que foy, por fim de tantos trabalhos roubaremme minha fazenda, & ficar catiuo, antes que passe mais adiãte determino de tratar o que passey mais nestes reynos no discurso de dous annos & meyo, que foy o tẽpo do meu catiueyro, & das terras por onde, por causa de trabalhos & infortunios que por mim passaraõ, andey peregrinãdo, porque assi me pareceo que era necessario para declaraçaõ do que vou continuando.
  17. [2180](Cap. 153) Partido este Rey Bramaa da cidade de Martauão, como atras fica dito, caminhou tanto por suas jornadas que chegou a Pegù, onde antes de despidir seus capitaẽs fez ressenha da gente que tinha, & achou que dos setecentos mil homẽs cõ que cercara o Chaubainhaa trazia menos oitenta & seis mil.
  18. [2194](Cap. 154) O Roolim se despidio logo delle, & se foy â cidade, & deu conta â Raynha de tudo o que passara, & lhe declarou a danada tenção do tyranno, & a sua pouca verdade, & lhe pos diante o que em Martauão fizera co Chaubainhaa que se lhe entregara sobre seu seguro, & como o mãdara matar a elle & a sua molher & a seus filhos, com todos os nobres do reyno.
  19. [2242](Cap. 158) E costeãdo por elle acima espaço de mais sete dias, chegamos a hũa cidade pequena & bem cercada, que se dezia Gumbim, do reyno do Iangomaa, rodeada da parte do sertão em distancia de cinco ou seys legoas de aruoredo de beijoim, & de campinas de lacre, o qual desta cidade se leua de veniaga a Martauão, onde se carregão muytas naos delle para diuersas partes da India, para o estreito de Meca, para Alcocer, & Iudaa.
  20. [2243](Cap. 158) Ha tambem nesta cidade muyta soma de almizcre muyto milhor que o da China, que tambem se leua para Martauão & Peguu, onde os nossos o compraõ para de vaniaga o leuarem a Narsinga, Orixaa, & Masulepatão.
  21. [2473](Cap. 167) E daly a cinco dias fomos ter a hũa grande cidade por nome Magadaleu, que he a terra donde vem o lacre ter a Martauão, cujo principe ao tempo que aquy chegamos deu mostra ao Embaixador de hũa ressenha geral de gente que fazia contra o Rey dos Lauhos, com quem estaua de guerra, por lhe mandar enjeitar hũa filha sua cõ que auia tres annos que era casado, & se casar cõ hũa manceba de que antes tiuera hum filho, o qual legitimara, & o fizera herdeyro do reyno, tirãdo o direyto delle a hũ seu neto filho desta sua filha.
  22. [2474](Cap. 167) Daquy seguimos nosso caminho por hum esteyro que se dezia Madur, mais cinco dias, & chegamos a hũa aldea por nome Mouchel, primeyro lugar do reyno de Pegù, no qual hũ ladrão muyto afamado por nome Chalagonim, que ahy andaua ao salto cõ trinta seroos bẽ cõcertados, & cõ boa gẽte, nos cometeo hũa noite, & pelejando cõ nosco ate quasi a menham, nos tratou de tal maneyra, que a nos fazer Deos muyta merce escapamos da briga cõ perda de cinco embarcaçoẽs das doze que traziamos, & morte de cẽto & oitẽta homẽs da nossa parte, em que entraraõ dous Portugueses, & o Embaixador ficou cõ hũ braço cortado, & cõ duas frechadas, de que esteue â morte, & nòs com todos os mais muyto feridos, & o presente que o Calaminhan mandaua, que valia mais de cem mil cruzados, foy tomado cõ outra muyta fazenda rica que vinha nas cinco embarcaçoẽs, & desta maneyra chegamos dahy atres dias á cidade de Martauão destroçados & roubados, & com a mayor & milhor parte da gente morta.
  23. [2478](Cap. 167) Despois que o Embaixador aquy em Martauão conualeceo das feridas que ouuera na briga, se partio para a cidade de Pegù, onde naquelle tempo, como atras fica dito, o Rey do Bramaa residia com toda sua corte, o qual sabẽdo da sua chegada, & da carta que trazia do Calaminhan em que lhe aceitara a liga da sua amizade o mãdou receber pelo Chaumigrem, seu colaço & seu cunhado, acompanhado de todos os grandes, & com hũa mostra de quatro batalhoẽs de gente estrangeyra, em que entrauão mil Portugueses, de que era capitão hum Antonio Ferreyra natural de Bragãça, homem de grandes espritos, & a quem este Rey daua doze mil cruzados de partido, a fora merces particulares que montauão quasi outro tanto.
  24. [2520](Cap. 168) Chegado este Roolim com este sumptuoso aparato â cidade de Martauão, por ser ja muyto noite não desembarcou logo em terra como estaua determinado, mas tanto que foy menham o fez, & porque não se permitia por nenhum modo tocar elle cos peis no chão pela grandissima dignidade de sua pessoa, el Rey o desembarcou ao hombro, & assi de colo em colo, por cima dos principos & senhores do reyno foy leuado ao pagode do Quiay Ponuedee, por ser o mayor & mais sumptuoso templo de toda a cidade, no meyo do qual estaua hum teatro riquissimamente preparado, com toda a armação da casa de citim amarello, que significa ornamento sacerdotal.
  25. [2535](Cap. 169) Nestes dias que elle esteue nesta cidade de Martauão, ouue muytos jogos de inuençoens muyto custosas, que o pouo, & os principes & senhores fizerão, em duas das quais el Rey entrou em pessoa com aparato riquissimo & muyto grandioso, de que não curo de dar relação porque confesso que me não atreuo a saber cõtar na verdade o como isto passou.
  26. [2540](Cap. 169) Com esta ordem abalou desta cidade de Martauão duas horas ante menham, & fez seu caminho pelo meyo da rua das embarcaçoẽs, nas quais auia infinitas luminarias de muytas & muyto differentes inuençoens, postas por entre os ramos de que estauaõ cubertas.
  27. [2576](Cap. 171) E ahi achey a Pero de Faria capitão que fora de Malaca, & que me tinha mandado a Martauão cõ a embaixada ao Chaubainhaa, como atras fica dito, ao qual dey larga conta de tudo o que por mim tinha passado, de que se elle mostrou assaz pesaroso, & me proueo cõ algũa cousa a que por sua consciencia & por sua nobreza lhe pareceo que me estaua obrigado, pelo muyto que eu tinha perdido por seu respeito.
  28. [2768](Cap. 185) Ouuindo o Rey do Bramaa todas estas razoẽs & outras muytas que os seus lhe deraõ neste conselho, pondolhe sempre em todas diante o interesse, que he hũa força a que ninguem se defende, se determinou em tomar esta empresa que os seus lhe aconselhauão; & para effeito disto se passou a Martauão, onde em tempo de dous meses & meyo ajuntou hum campo de oitocentos mil homẽs, em que auia cem mil estrangeyros, dos quais os mil eraõ Portugueses, de que era capitão Diogo Soarez Dalbergaria que de alcunha se chamaua o Galego, o qual fora deste reyno para a India no anno de 1538. na armada em que foy o Visorrey dom Garcia de Noronha na nao Iunco, de que era capitão Ioaõ de Sepulueda de Euora, que hia prouido em capitão de Çofalla.
  29. [2770](Cap. 185) El Rey se partio desta cidade de Martauão hum dia de Pascoella sete dias do mes de Abril do anno de 1548. com este campo de oitocentos mil homẽs, dos quais sôs os quarenta mil eraõ de cauallo, & todos os mais de pê, em que entrauão sessenta mil arcabuzeyros, & leuaua cinco mil elifantes de dente, que saõ os com que nestas partes se peleja, & quasi outros tantos em que hia a bagage, & mil peças de artilharia que a reuezes leuauão quatro mil juntas de bufaros & badas, a fora outras tantas de bois em que hião os mantimentos.
  30. [2807](Cap. 188) E fazẽdo pòr o fogo a todas as tranqueyras & estancias do arrayal, se partio para a cidade de Martauão hũa terça feira cinco dias de Oitubro do anno de 1548. & caminhando apressadamente por suas jornadas, em dezassete dias chegou a ella, onde mais largamente foy informado pelo Chalagonim seu capitão, de tudo o que era passado no reyno, & do modo que o Xemindoo tiuera em se fazer Rey, & tomarlhe o tisouro cõ morte dos quinze mil Bramaas; & que nas cidades de Digum, Surião, Dalaa, atè Danapluu tinha alojados quinhentos mil homens, com tençaõ de lhe impidir cõ elles a entrada no reyno, com a qual noua o Rey Bramaa se achou muyto embaraçado, & perafusando comsigo no modo que teria para remediar esta desauentura que tinha por dauãte, se deixou estar aly em Martauão mais algũs dias esperando pelo restãte da sua gente que vinha atras, com proposito de tanto que chegasse yr buscar este inimigo, & aueriguarse com elle por batalha campal, & em sós doze dias que aquy se deteue lhe fugirão de quatrocentos mil homens que aquy tinha comsigo, os cento & vinte mil; porque como todos eraõ Pegùs, & todos desejauão de se verem liures da sojeição dos Bramaas, & o Xemindoo nouo Rey era Peguu como elles, & de condição muito grandioso & liberal em lhes fazer muitas merces, a fora as pagas ordinarias dos seus soldos, & alem disto era manso & afabel para os seus, & tão bem inclinado & largo para todos que nenhũa cousa lhe pedião que logo a não concedesse, cõ isto tinha ganhado tanto as võtades a todos, que nenhũ auia que se não passasse para elle.
  31. [2838](Cap. 190) E continuando el Rey cada dia mais nestas crueldades & sem justiças que nũs & noutros executaua, a cabo de dous meses & meyo que se occupaua nisto, foy certificado que a cidade de Martauão estaua aleuantada cõ morte de dous mil Bramaas, & o Chalagonim capitão della declarado pelo Xemindoo.
  32. [2847](Cap. 190) Sendo (como eu jâ disse) este Rey Bramaa auisado do leuantamento da cidade de Martauão, & da morte dos seus dous mil Bramaas, proueo logo com toda a presteza em mandar vir todos os senhores do reyno com a gente que cada hum tinha de sua obrigação, & para isso lhes deu sós quinze dias de termo, porque a necessidade não sofria mayor dilação, & elle logo ao outro dia se partio aforrado desta cidade Pegù, paraque os seus fizessem o mesmo, & se foy alojar em hũa villa que se dezia Moucham, com fundamento de se deter ahy todos os quinze dias do termo.

(2) Objecto geográfico interpretado

Cidade (metrópole, barra). Parte de: Pegù.

Referente contemporâneo: Martaban, Myanmar [Burma] (AS). Lat. 16.528340, long. 97.615700.

Reino, cidade. GT s.v. Martabão: Martaban 16º 30′ N, 97º 40′ E. FMPP (vol. 3, p. 189): hoje em dia Muttama.

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