O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Babylonia. Babylonia 6(1), 148(1).

Nas orações: 75, 2089.

  1. [75](Cap. 6) No cabo dos tres meses prouue a nosso Senhor que receoso elle que por ser insofriuel perdesse o que dera por mim, como algũs seus vizinhos lhe tinhão ja dito, me vendeo a troco de tamaras por preço de doze mil reis a hum Iudeu por nome Abrão Muça, natural da cidade do Toro, duas legoas & meya do monte Sinay, o qual em hũa Cafila de mercadores que partio de Babylonia para Cayxem me leuou a Ormuz, & me apresentou a dom Fernando de Lima que então ahi estaua por Capitão da fortaleza, & ao Doutor Pero Fernandez Ouuidor geral da India, que de poucos dias ahi era vindo por mandado do Gouernador Nuno da Cunha a fazer algũas cousas de seruiço del Rey, & elles ambos por esmolas que tirarão pola terra, & polo que tambem derão de suas casas, ajuntarão duzentos pardaos, que derão por mim ao Iudeu; com que se elle ouue por muyto bem pago.
  2. [2089](Cap. 148) E mandandoo sayr para fora da tenda se praticou sobre a resolução deste feito, em o qual por peccados nossos se não tomou nenhũa, por auer nesta junta tantas diuersidades de opinioẽs & de pareceres, que Babylonia em seu tempo não lançou de sy mais variedades de lingoas, de que a principal causa, segredo se disse, foy, a inueja de seis ou sete homens que querião presumir de fidalgos que se acharaõ aly presentes, os quais tendo para sy que se Deos permitisse que este negocio socedesse como se esperaua; o Ioão Cayeyro só (a quem os mais não tinhão boa võtade) ficaria daquy cõ tamanho nome & tanta honra, que seria pouco, como elles despois dezião, fazelo el Rey Marquez, ou quando menos, Gouernador da India.

(2) Objecto geográfico interpretado

Cidade. Parte de: Egypto.

Referente contemporâneo: Babylon, Iraq (AS). Lat. 32.540830, long. 44.424170.

É claro pelo contexto que se está a referir ao mito de Babel e pelo tanto à cidade da antiguidade: ‘Babylonia em seu tempo não lançou de sy mais variedades de lingoas’, referida em GT nas imediações da actual Hilla, 32º 28′ N 44º 48′ E. GT dá só as coordenadas para a Babilónia do Eufrates 32º 28′ N 44º 48′ E, cidade que deixou de existir já antes da nossa era. DHDP s.v.Babilónia indica que se trata de um arcaísmo toponímico referido à antiga cidade de Heliópolis absorvida pelo Cairo. É usado nas fontes da época dos descobrimento, por exemplo ‘queda de Babilónia’ para o sultanato do Cairo. No Cap. VI FMP está a referir uma cidade com actividade comercial no XVI pelo que entendo é óbvio tratar-se do Cairo e não da antiga Babilónia.

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