O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

platarias. platarias 143(1).

Nas orações: 1991.

  1. [1991](Cap. 143) Iaz mais ao Nornoroeste desta terra Lequia hum grande arcipelago de ilhas pequenas, donde se traz muyto grande quantidade de prata, as quais, segundo parece, & eu sempre sospeitey pelo que vy em Maluco nos requerimentos que Ruy Lopez de Vilhalobos general dos Castelhanos fez a dõ Iorge de Castro capitaõ que entaõ era da nossa fortaleza Ternate, deuẽ de ser as de que esta gente tem algũa noticia, as quais nomeauão por islas platarias; ainda que não sey com quãta razão, porque segundo o que temos visto & lido, assi em Ptolomeu como nos mais que escreueraõ da geografia, nenhum destes ouue que passasse do reyno de Sião & da ilha Çamatra, senão sós os nossos Cosmographos, os quais do tempo de Afonso Dalbuquerque para câ passaraõ hum pouco mais adiante, & tratarão ja dos Selebres, Papuaas, Mindanaos, Champaas, China, & Iapaõ, mas não ainda dos Lequios, nẽ dos mais arcipelagos que na grandeza deste mar estão ainda por descubrir.

(2) Objecto geográfico interpretado

Ilhas (ilhas). Parte de: Asia Oriental.

Arquipélago. Segundo FMP, ilhas ao nor-noroeste das ilhas dos léquios. O comércio de prata do Japão estabeleceu uma linha regular de comércio na Ásia (Boxer 1969: 51). Roderich Ptak (2000: 121-3) estuda o topónimo Pratas referido a um arquipélago desde fontes chinesas, que aparecem referenciadas com claridade muito mais tarde do que a Peregrinação (1730) e relaciona com todas as ilhas do Mar da China Meridional e, noutras ocasiões, com arquipélagos específicos: as Paracel, Spratly ou as Pratas (Donsha qundao). Para Angela Schottenhammer (FMPP: vol. 3, p. 186) ao explicar este termo na Peregrinação refere que são ilhas imaginarias buscadas pelos espanhóis.

Para Pinto existe realmente, ao nor-noroeste das ilhas dos léquios, um grande arquipélago de ilhas de onde procede grande quantidade de prata e apenas supõe que sejam as mesmas que os castelhanos nomeiam Platarias por terem notícias delas, sem terem nunca lá chegado. Pinto menciona neste parágrafo a tradição cartográfica portuguesa, que desconhecia nos seus inícios estes arquipélagos. Marques (1996) estuda a evolução do Japão na cartografia portuguesa, e para a época que Pinto está a referir, já com informação procedente dos primeiros portugueses que lá estiveram, Japão aparece, formando parte de grupos de pequenas ilhas e prolongando distintos arquipélagos (Marques 1996). Baseando-nos nesta concepção do Japão como grupo de ilhas ao Norte de Léquios e em que o comércio de prata do Japão estabeleceu uma linha regular de comércio na Ásia (Boxer 1969: 51) propendemos a identificar como possível com o Oeste de Japão.

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