O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Pongor. Põgor 140(1).

Nas orações: 1915.

  1. [1915](Cap. 140) O Broquem mandou logo vir diãte de sy quatro escriuaens, & os dous peretãdas da corte; que saõ como corregedores, como ja disse, & outros dez ou doze ministros da justiça, & leuantandose em pe com sembrante colerico, & hum treçado nù na mão, nos começou a preguntar com voz isenta & hum pouco alta paraque todos o ouuissem, dizendo, Eu o Pinachilau Broquem desta cidade de Põgor por vontade daquelle que todos temos por cabellos das nossas cabeças Rey da nação Lequia, & de toda esta terra dambos os mares, onde as agoas doces & salgadas diuidem as minas dos seus tisouros, vos amoesto & mando co rigor & força da minha palaura, que me digais com coração limpo & claro que gente sois ou de que nação, & qual he a vossa terra & como se chama?

Pongor 139(2), 142(2), 143(1).

Nas orações: 1903, 1907, 1954, 1965, 1982.

  1. [1903](Cap. 139) Como fomos leuados â cidade de Pongor, & apresentados ao Broquem da justiça Gouernador do reyno.
  2. [1907](Cap. 139) Passadas as tres horas despois do meyo dia chegou corrẽdo a grãde pressa hum correo de cauallo que deu hũa carta ao Xiualem do lugar, que era o Capitão daquella gente, o qual tanto que a leyo, mandou logo tocar dous tambores a modo de repique, com que se ajuntou todo o pouo em hum grande templo do seu pagode, & elle de hũa janella lhe fez hũa falla em que lhe deu Conta do que mandaua o Broquem Gouernador do reyno, que era que nos leuassem á cidade de Pongor, que estaua daly sete legoas, o que os mais delles refusaraõ por seis ou sete vezes, & sobre isso tiueraõ grandes debates, de maneyra que aquelle dia se naõ tomou assento em cousa nenhũa mais que somente tornarse a mandar o correo ao Broquem com recado do que passaua; pelo que foy forçado terennos aly metidos até o outro dia ás oito horas, em que vieraõ dous peretandas, que saõ como corregedores, com muyta gente da cidade em que entrauão vinte de cauallo, & entregandose de nòs com grandes assentos que se fizeraõ sobre isso por escriuaẽs publicos, se partiraõ logo aquelle mesmo dia, no qual já quasi noite chegamos a hũa villa que se chamaua Gundexilau, na qual fomos metidos em hũa mazmorra feita como cisterna debaixo do chaõ, onde estiuemos aquella noite com grandissimo trabalho em hum charco dagoa em que auia infinidade de sambexugas, das quais todos ficamos assaz ensanguentados.
  3. [1954](Cap. 142) Chegada esta donzella ao lugar de Bintor, onde então estaua el Rey & a Raynha sua mãy, que era seys legoas desta cidade de Pongor, se foy apear a casa de hũa sua tia que era camareyra mòr da Raynha, & muyto sua aceyta, â qual deu conta do aque vinha, & lhe pos diãte quanto cõpria a sua hõra & a seu credito para cõ as outras que a escolheraõ para este negocio, leuar de sua alteza este perdão que todas lhe pedião.
  4. [1965](Cap. 142) Broquem da minha cidade de Pongor, eu o senhor das sete geraçoẽs, & cabellos da tua cabeça te enuio o riso da minha boca, paraque a tua hõra seja acrecentada.
  5. [1982](Cap. 143) E desta maneyra nos partimos desta cidade de Pongor, metropoly desta ilha Lequia, da qual aquy breuemente quiz dar algũa informação, como custumey de fazer nas outras terras de que atras tenho tratado, para que se em algum tẽpo Deos nosso Senhor for seruido de inspirar na nação Portuguesa, que primeyra & principalmente pela exaltação & acrecentamento da sua santa fé Catholica, & apos isso pelo muyto proueito que dahy pode tirar, queyra intentar a cõquista desta ilha, saiba por onde ha de pór os peis, & o muyto que pode ganhar no descobrimento della, & quão facil lhe será conquistala.

Pangor 107(1).

Nas orações: 1402.

  1. [1402](Cap. 107) Esta cidade do Pequim de que promety dar mais algũa informaçaõ da que tenho dada, he de tal maneyra, & tais saõ todas as cousas della, que quasi me arrependo do que tenho prometido, porque realmente não sey por onde comece a cumprir minha promessa, porque se não ha de imaginar que he ella hũa Roma, hũa Constantinopla, hũa Veneza, hum Paris, hum Londres, hũa Seuilha, hũa Lisboa, nem nenhũa de quantas cidades insignes ha na Europa por mais famosas & populosas que sejão, nem fora da Europa se ha de imaginar que he como o Cairo no Egypto, Taurys na Persia, Amadabad em Cambaya, Bisnagà em Narsinga, o Gouro em Bẽgala, o Auaa no Chaleu, Timplaõ no Calaminhan, Martauão & Bagou em Pegù, ou Guimpel & Tinlau no Siammon, Odiaa no Sornau, Passaruão & Demaa na ilha da Iaoa, Pangor no Lequîo, Vzanguee no graõ Cauchim, Lançame na Tartaria, & Miocoo em Iapaõ, as quais cidades todas saõ metropolis de grandes reynos, porque ousarey a affirmar que todas estas se não podem comparar com a mais pequena cousa deste grãde Pequim, quanto mais com toda a grandeza & sumptuosidade que tem em todas as suas cousas, como saõ soberbos edificios, infinita riqueza, sobejissima fartura & abastança de todas as cousas necessarias, gente, trato, & embarcaçoẽs sem conto, justiça, gouerno, corte pacífica, estado de Tutoẽs, Chaẽs, Anchacys, Aytaos, Puchancys, & Bracaloẽs, porque todos estes gouernão reynos & prouincias muyto grandes, & cõ ordenados grossissimos, os quais residem continuamente nesta cidade, ou outros em seu nome, quando por casos que soccedem se mandão pelo reyno a negocios de importancia.

(2) Objecto geográfico interpretado

Cidade (metropoli). Parte de: Lequios.

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