O lugar no contexto

(1) Entidade geográfica mencionada

Xinamguibaleu. Xinamguibaleu 108(3), 109(1).

Nas orações: 1426, 1429, 1430, 1453.

  1. [1426](Cap. 108) Este muro era obrigaçaõ ter continuos duzẽtos & dez mil homẽs, que por regimento del Rey lhe eraõ dados, dos quais se dauão de quebra para cada anno a terça parte, nos mortos, nos aleijados, & nos que se liurauão, ou por terem cumprido seu tempo, ou pelo merecimento de suas obras: & porque quando o Chaem, que he o superior de toda esta gente mandaua pedir esta copia de homẽs ao Pitaucamay, que he a rolaçaõ suprema de toda a justiça, se não podião ajuntar tão depressa como era necessario, estando diuididos por diuersos lugares do imperio todo, que he tamanho como ja tenho dito, & se passaua muyto tempo antes que se ajuntassem, ordenou outro Rey que socedeo a este Crisnagol dacotay, por nome Goxiley aparau, que se fizesse nesta cidade do Pequim esta grande cerca, paraque tanto que os presos fossem condenados em degredo para o muro, se trouxessem logo a este Xinamguibaleu, onde estiuessem todos juntos, paraque quando do muro mandassem pedir os homens que lhe fossem necessarios, os achassem aly, & os dessem logo sem detença nenhuma como agora se faz.
  2. [1429](Cap. 108) Os quais presos se tem por muyto bem liurados quando os leuão a trabalhar no muro, porque da prisão do Xinamguibaleu, não podem por nenhum caso ter remissão, nem se lhe leua nenhum tempo em conta, nem tem outra nenhuma esperança de liberdade se não a hora em que lhe couber sayr daly para o muro por sua sucessão, porem como são no muro, tem logo esperança certa de serem liures conforme ao estatuto que ja tenho dito.
  3. [1430](Cap. 108) E ja que dey relação da causa porque se aquy fez esta tamanha prisão, antes que me saya della me pareceo que vinha a proposito dar conta de huma feira que nella vimos, de duas que dentro nella se custumão fazer cada anno, a que os naturais chamão Guuxinem aparau do Xinamguibaleu, que quer dizer, feyra rica da prisão do degredo.
  4. [1453](Cap. 109) E preguntando nòs aos Chins se tinha aquillo conto, responderaõ que sy, porque tudo estaua escrito por matricolas das tres mil casas que os talagrepos tinhaõ em seu poder, & que não auia casa daquellas que não rendesse cada anno de dous mil taeis para cima, de propriedades que defuntos lhe tinhaõ deixado por descargo de suas almas, o qual rendimento chegaua todo a cinco contos douro, dos quais el Rey leuaua os quatro, & os talagrepos o outro para despesa de toda aquella fabrica, & que os quatro que el Rey como padroeyro leuaua, se gastauão no mantimento que se daua aos trezentos mil degradados do Xinamguibaleu.

Xinanguibaleu 108(2).

Nas orações: 1417, 1420.

  1. [1417](Cap. 108) Da prisaõ do Xinanguibaleu onde estão sempre os degradados para o seruiço do muro da Tartaria.
  2. [1420](Cap. 108) Mas tornando ao proposito de que me apartey: o primeyro edificio dos que disse que vy mais notaueis & dignos de memoria, foy hũa prisaõ a que elles chamão Xinanguibaleu, que quer dizer, encerramẽto dos degradados, cuja cerca será de quasi duas legoas em quadrado, tanto de largo como de comprido, fechada com hum muro muyto alto, sem ameyas nenhũas, senão sómente com seus espigoẽs por cima, os quais saõ todos forrados de pastas de chũbo muyto largas & grossas, & por fora tem hũa caua dagoa muyto funda que a rodea toda, com suas pontes leuadiças que de noite se leuantão com cadeas de latão, & se sospendem em hũas colunas de ferro coado muyto grossas.

(2) Objecto geográfico interpretado

Prisão. Parte de: Pequim.

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